sábado, 14 de maio de 2011

Alter-ego - O lugar que eu chamei de mãe.

A cada minuto que passa, amo mais esse lugar.

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Não me pergunte como isso funciona, não sei explicar.
É mais que um sentimento, é mais que um orgulho, é muito mais do que uma simples lição de cidadania.
É Curitiba.

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Isso parece muito bobo, e para alguns, idiotice. Mas eu não dou a mínima para o que os outros pensam sobre mim ou sobre o que eu sinto. Eu vejo quando percorro essas ruas, ando nesses parques ou olho esses pinheiros, sei que não existe outro lugar no mundo em que eu me sinta tão bem quanto aqui. A cada dia frio e chuvoso, sei que é como se ela estivesse refletindo o que eu estou passando. Talvez minha cidade seja tão bipolar quanto eu.

Eu nasci aqui. Fui criada entre edíficios e biarticulados, entre o Jardim Botânico e um pôr do sol na Torre Panoramica. Entre um ligeirinho lotado no horário de pico e um terminal vazio no sábado de manhã. Talvez seja por isso que eu goste muito mais da cidade do que do campo. Não é pela praticidade que ela me oferece e sim por ser o único habitat que eu de fato me identifiquei. Adoro viajar para longe da selva de pedra que as vezes me é uma tortura, porém ficar tempo demais sem ver a agitação e os congestionamentos diários da cidade grande é pior do que andar descalça em ferro quente. E não é qualquer cidade grande. É apenas uma.

Andar em Curitiba, para mim, é como me manter em contato e pura sintonia com o que eu mais preciso na Terra. Quanto mais eu desbravo essas vielas que já passei mil vezes, mais eu me sinto filha desse lugar, filha desse chão, filha de Curitiba.

Estações-tubo, filas, trânsito, favelas, Linha Verde, calçadas ruins... amo cada centímetro do lugar que chamo de "mãe".
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Estou aqui falando do dia a dia, da rotina que a maioria esmagadora da população não vê. Nunca encontrei ninguém que visse uma cidade como eu vejo, como se ela fosse viva. As pessoas apenas passam por um lugar, andam por uma rua. Eu não. Eu vejo cada avenida como uma artéria, pulsante, cheia de luz e graça, de prazer e desprazer, de cores e de tons, independente e também dependente de cada passante, um passante que não liga e não vê o que eu vejo.
Eu vejo todo lugar assim, embora eu só me apegue e me sinta nativa de Curitiba.

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Com esse texto, eu não pretendo expor minha cidade para visitantes, não estou aqui falando dos pontos turísticos ou dos lugares bonitos. Não é minha intenção fazer uma propaganda para ninguém, dizendo que Curitiba é perfeita para todos - embora seja para mim. A verdadeira intenção pela qual esse texto foi concebido é para falar dos meus sentimentos pela Terra dos Pinheirais, é como se fosse uma óde para a cidade, e não exatamente da cidade. É como se fosse uma carta para a própria Curitiba ler.

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