É Carnaval minha gente!
Tá, e daí?
-----------------
Não me entenda mal. Não é que eu não gosto de Carnaval, é que eu odeio mesmo Carnaval.
Todo ano que chega, vem com essa "festa popular" já embutida em seus dias. Se houvesse apenas um motivo para que eu tivesse algum tipo de simpatia por essa putaria-generalizada-politicamente-correta seria porque durante esses dias eu não tenho que ir para o colégio.
Eu vi um vídeo de uma jornalista paraibana que disse exatamente o que eu penso sobre o Carnaval e com isso, causou polêmica: Comentário de Rachel Sheherazade sobre o Carnaval. Mas é difícil acreditar que alguém esclarecido ache polêmico e anti-cultural o que ela falou, já que se todo o contexto disso for analisado, estará claro que ela falou a verdade.
Com isso também puxo para análise o vídeo do Felipe Neto sobre Micaretas. Eu acho que ele passou um pouco dos limites dizendo que micareteiros são todos vagabundos e vagabundas (se bem que...), mas lendo os comentários públicos, achei interessante algumas pessoas falando que ele era contra a sua própria cultura, já que cultura é definida pelo povo, e consequentemente, ele era contra o seu próprio povo. E eu não discordo, sou contra minha cultura e meu povo.
Porque se pelo simples fato de ter nascido em solo brasileiro, eu sou obrigada a aceitar garganta abaixo um festival de putaria, com pessoas nuas e semi-nuas, sambando ao som de uma música de completa conotação sexual, eu fico feliz de ser anti meu próprio povo.
Se fosse só isso, até que seria apenas vergonha alheia que eu sentiria. Mas quando ligo a TV e vejo todo o tipo de mazela humana, acontecendo por culpa dessa festa onde tudo é permitido e ninguém parece ter muita consciência do que faz, eu não fico envergonhada, eu fico apavorada.
Um cara matou 16 pessoas e feriu mais de 50 por ter jogado uma serpentina na rede elétrica. Deve ter sido acidente, mas um pouco mais de consciência e menos alienação, poderia ter salvado a vida de 16 pessoas.
Uma garota caiu do trio elétrico ao se abaixar para não encostar nos fios de eletricidade. Traumatismo crâniano e outras lesões. Morreu. Que morte mais boba, que poderia ser evitada.
Entre outras coisas.
Talvez seja por isso que eu não gosto de Carnaval.
Minha prima foi esses dias para o Rio e ela disse que querendo ou não, isso é cultura brasileira, toda essa festa. Que talvez eu, como uma fria curitibana, não consiga entender o porquê de tanta comoção carnavalesca, mas alguém que realmente é envolvido, sinta a força do Carnaval.
É talvez seja isso. Mas mesmo assim, não posso ser a favor de todo o custo que isso tem. De vidas e de dinheiro público.